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terça-feira, 5 de abril de 2011

Azucrinoise no SESC Belenzinho

Azucrinoise - SESC Belenzinho
Entre os dias 22 e 27 de Março o pessoal do Azucrina Records! ministrou uma oficina de Construção de circuitos no SESC em São Paulo.
O objetivo da oficina, além da prática propriamente dita da construção dos circuitos, era de apresentar e discutir questões relacionadas ao noise e à investigação do som, e abordar a eletrônica a partir desse ponto de vista, ou melhor ponto de escuta.
No primeiro dia apresentamos alguns exemplos da música experimental e do noise a fim de acostumar os ouvidos do nosso público bastante heterogêneo, tanto em gênero [evviva las chicas experimentales!] como idade [não há idade para começar a soldar!!!] ao vasto mundo de possibilidades sonoras além da tonalidade ou modalidade. Ao final apresentamos e construimos alguns utilitários para a prática de soldagem, mostramos alguns dos nossos exemplos bem sucedidos que estão no site e pedimos que cada um pensasse a respeito do que iria desenvolver durante a semana.
Turma
No dia seguinte, discutimos as ideias de cada um e partimos para a prática. Ensaiamos os circuitos nas protoboards e desenvolvemos os projetos de cada um.
estudando
Então, na quinta-feira, um acaso nos levou a ter que queimar nossas próprias placas no percloreto de ferro.
placap
Para então soldar os componentes e fechar o sintetizador de cada um. Para isso foi bastante usada a criatividade, desde as tradicionais latinhas, até caixas de fita de videocassete, caixa de café e até uma caixinha de chá de papelão [a caixa é de papelão, não o chá! rs]
Circuito
Para então, por fim, no último dia partirmos para o que interessa: FAZER SOAR!!!!
Tocando
E então fizemos uma prática de conjunto e uma apresentação regida pela Vanessa.
O pessoal do SESC Belenzinho, o mais novo de São Paulo, está querendo implementar lá um HackLab para que pessoas possam ir praticar e desenvolver seus projetos de eletrônica lá, daí a excelente infra-estrutura e a ótima recepção que tivemos.

sábado, 5 de fevereiro de 2011

[Netlabels Sul-Americanas] ZZK Records-Argentina


(zzk @ festival de música andino)

Para os que acreditam em uma cultura deveras nômade, cujas redes virtuais não tem
limites nem físicos, pousa em BH essa semana um bom exemplo desse desafio! No computador via internet é possível baixar os programas e disseminar o trabalho. Ao alto dos andes é necessário subir para entender ritmos ritualísticos e tradições que há muito tempo permaneceram tabu nas veias abertas da América Latina. Nossa geração é sedenta de razões e motivos para embasar a liberdade tecnológica que no século XXI deixou-nos todos atordoados de tanta informação e pouco conhecimento. O que acontece quando as texturas e instrumentos da América do Sul rural, indígena e campesina são descobertas e reverenciada pelos músicos da juventude urbana?


(Tremor para Armar)

ZZK Records é um selo sul-americano que não apenas ajuda a responder essa questão,
como é seu principal “perguntador”. Baseado em ritmos regionais iniciou o trabalho
resgatando a linguagem da Cumbia, Chacarera, Zamba e Copla, ritmos tradicionais
andinos vindos da Argentina, Peru, Chile, Colômbia e Bolívia. Em 2008 despontaram os
trabalhos inovadores de alguns artistas do selo como Tremor, Chancha Via Circuito e El
Remolón. Fundindo tradição e tecnologia o selo reinventa a música latina e também a
música eletrônica, já que instrumentos populares como o Charango (aquela violinha dos
peruanos que cantam no centro da cidade) e o Bombo Leguero (tambor que se ouve a
distância) são misturados com sintetizadores, batidas e sonoridades da cultura da música eletrônica como o IDM (intelligent dance music), Dubstep e Glitch.


(zzk crew)

Não apenas os artistas investigam as referências musicais, como também fazem as traduções e novas interpretações nas linguagens visuais também. É muito claro pelas artes dos discos que a preocupação é enorme com a compreensão e imersão nos conceitos antigos com as ferramentas novas. Aqui segue um vídeo de roadtrip dos artistas da ZZK durante a primeira turnê americana. Aí da para ter uma noção do trabalho dos diferentes músicos citados acima. Inclusive, conhecemos essa série de vídeos antes de ir para a tour do azucrina records no Chile. Desses vídeos tiramos grande inspiração para nossos proprios vídeo diários Sudamerica Experimental.

Vídeo Diário Road Trip ZZK New York


Chancha Via Circuito


El Remolón



King Coya


Tremor




As mixtapes da ZZK Records, com todos os artistas citados acimas podem ser baixados gratuitamente no site do selo!

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Acordando em 2011_parte 02_reflexões sobre a musica independente de bh


(muro colaborativo grafitado pelo coletivo Azucrina na Av.Contorno BH) atividade em andamento!

Ainda com a série de posts faltantes em 2010, acredito que faltou uma reflexão acerca das netlabels que conhecemos durante a viagem ao Sudamerica Experimental no Chile! Aqui vai uma parte dessa reflexão. Tem muuuuita gente bacana fazendo trabalho no formato netlabel, quero postar aqui uma lista nos próximos dias. Uma coisa que foi percebida é que essas netlabels realmente fazem muitos lançamentos, com muitos colaboradores e, principalmente, muitas festas e eventos.

Me pergunto sobre as grandes diferenças do que esta acontecendo por aqui com o Azucrina Records. O foco de Belo Horizonte parece ser bandas independentes e música eletrônica não autoral. Com isso, as bandas independentes focam na estrutura de show e turnês com outros coletivos de musica independente, e, os djs, em discotecar porém sem produzir músicas e live sets próprios. Acho que não existem muitas pessoas interessadas no formato low-fi colaborativo proposto pelo Azucrina Records. Os maiores interessados eram as bandas, quando realizávamos enventos de rua abertos ao público, mas, ainda estamos buscando o nosso espaço uma vez que a idéia do selo não é produzir bandas, não temos equipamentos nem equipe suficiente para produzir shows e festas constantemente. A idéia também não é essa. As bandas cadas vez mais ao crescer colocam intermediários entre sua música, seu público, suas gravações, seus contatos e negócios. A idéia do Azucrina Records é encontrar maneiras de cada vez mais elevar a qualidade sonora do artista de maneira independente, ou seja, aquele artista que produz seus proprios instrumentos, programa seus softwares, masteriza suas músicas. Dar capacitação e oportunidade para os que estão trabalhando assim, de maneira que nos sincronizemos com nossos próprios padrões e não somente com os padrões da indústria fonográfica, dos estúdios europeus e dos equipamentos gringos. Isso não é uma crítica as bandas, que seguem o curso natural das coisas. Isso é uma pergunta: melhor e maior é mais interessante? Mais profissional é mais maduro? Mais dinheiro para produzir é maior qualidade? Não sei se é só conosco mas ficamos muito emocionados com o número de pessoas da cena independente se mobilizando, por outro lado, perdemos muito facilmente o tesão com a música quando a distância entre a inspiração artística e o público inspirado e com potencial se torna tão grande que o que antes era um ritual colaborativo e compartilhado por todos se torna um evento social de entretenimento fácil.

A música eletrônica por aqui ainda não tem produzido muitos entusiastas do live set, e, as poucas pessoas que o fazem, já estão suuuuper bem encaminhadas com seus projetos, sendo desnecessário ou desinteressante se associar com netlabels creative commons. Os clubes ultimamente então, são uma prova viva do entretenimento caro e com área de fumantes determinada. Grande apoio dos consumidores, porém, pouca autoralidade e exigência do público. Quanto a música experimental de garagem, de computador, de poucas mãos, de muitos ruídos e de poucos 4 x 4, esta ainda continua com um público e, principalmente, o apoio, restritos.

Ainda é necessário refletir sobre possíveis caminhos para o Azucrina Records enquanto idéia física em Belo Horizonte, e, seus caminhos virtuais enquanto plataforma na rede. A idéia para 2011 é se aproximar mais de outros selos e grupos da américa latina e tentar organizar uma rede mais eficaz para esta troca. Em Belo Horizonte, creio que continuaremos focando no evento bimestral Intersessões para manter firme a única data fixa de música experimental na cidade, e, focar em oficinas, capacitação, difusão do tema. Gostaríamos de fazer mais parcerias este ano para enriquecer a discussão, e, ampliar a cena de música experimental e eletrônica faça você mesmo.

Agora seja independente, eletrônicos, cenas, coletivos, dono de clube ou de bar, advogado ou anarquista, músico de partitura ou de ouvido, convenhamos que, a praia da estação e suas, participatividades são a MELHOR coisa que já aconteceu nessa cidade! Salve a praia e o espírito que toma conta da galera naquele espaço! Viva o carnaval que se aproxima em Belo Horizonte e espero que a junção dessas duas coisas renove novamente a cena e as misturas musicais belo horizontinas em 2011, justamente como aconteceu no ano passado!

coisas veias