segunda-feira, 8 de novembro de 2010
Santiago_Chile_dia 03
No primeiro fim de semana antes do encontro terminaram de chegar nossos ilustres amigos Panetone e Lisa Kori! Novamente brasileiros e havaiana se encontram para continuar o circuito experimental, dessa vez no Chile! Chegaram na sexta feira a noite e estavamos com as meninas do Chimbalab no EL SOFA. Elas estavam dando uma oficina de Sequencer Love (sequenciador + atari punk)
El Sofa significa Sociedad fomento de las artes. É um centro cultural onde se fazem oficinas, workshops, apresentações, performances e tem algumas lojas de produtores independentes. Lá acontecem oficinas de Yoga a Pure Data, de Circuit Bending a dança-contato e improvisação. Tem também um café lindo com umas lojas de roupas e objetos de designers novos. Tudo isso num formato meio squat, meio casa na arvore. Tem um jardim no meio com várias casas nas arvores onde dormem alguns frequentadores e sofás, muitos sofás para todos os lados! rs
No final do dia fomos todos a casa de Cony, a outra responsável pelo Chimbalab. Primeiro momento de reunião de todos os participantes do Sudex (sudamerica experimental). Se falou pouco sobre o encontro e se bebeu bastante pisco! Cozinhamos juntos e bailamos a cumbia latina. Um primeiro momento de descontração e reconhecimento!
No sábado partimos para um passeio pela cidade a noite e um jantar de comida típica chilena: pastel de choclo (milho). Antes desse jantar, fomos a praça Brasil onde tinha uma feira independente de quadrinhos e publicações-editoras autônomas. Havia algumas coisas interessantes, bastante revistas, bottons, camisetas, ilustrações, etc. O que mais gostei no entanto foi um ilustrador Mapuche que estava por lá. Mapuche é o povo nativo-indígena do Chile. Existem outros, mas esse é o de cultura e população mais representativas. Esse ilustrador, provavelmente de decendência direta dos Mapuches fazia xilos e desenhos com pena das tradições e histórias do seu povo na linguagem dos quadrinhos. Muito bonito e forte. Infelizmente não sei o suficiente sobre o povo para saber o que era tradição real e o que era super-imaginação heróica quadrinística.
Existe um problema de bombas e atentados políticos-anárquicos em Santiago nos últimos anos que levou a promulgação de uma lei anti-terrorista. O chefe de polícia depois de 3 anos sem conseguir achar os culpados pelos atentados foi substituído por um novo chefe no meio desse ano, que, ainda sem sorte em achar os culpados, resolveu mostrar serviço e fez uma "limpa" na cidade. Prendeu vários representantes Mapuche e também fechou squats e okupas. É sempre mais fácil culpar os assumidos grupos de oposição. Santiago é uma cidade bastante politizada e com coletivos auto-gestionados que agora estão um pouco enfraquecidos ocupando seu tempo em tentar liberar os 20 a 30 companheiros que estão nas cárceres. Me lembra um pouco a história dos piores de Belô, no entanto, esses anarquistas aqui estão presos não por formar quadrilha mas por suspeita de atentado terrorista.
imagens: Carou Aráujo
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