
Esses meses fiquei aqui trabalhando com músico/luthier-experimental/artesão/grafiteiro aqui de Fortal, o Grud, que constrói instrumentos de aço de sucatas. Daí estou desenvolvendo com ele a parte de captação elétrica dos instrumentos da orquestra que ele está montando, a partir de microfones de contato e a produção e efeitos embutidos em alguns dos instrumentos. Em breve, postarei mais sobre essa orquestra.
Paralelamente como estudo/experimentações produzi diversos efeitos e sintetizadores a partir de projetos encontrados na net e, claro, aprimorados e adaptados. Em breve publicarei os detalhes projetuais na seção Circuitos desse site. Até o fim de Maio pode-se visitar a exposição no Dragão do Mar em Fortaleza, na sala que fica debaixo do planetário, em frente aos cinemas.
A Teia e um evento que reune gente do pais inteiro. Um grande caldeirao cultural. Um espaco para o encontro, dialogo e contatos entre os mais diversos Pontos de Cultura do Brasil. Excetuando alguns porens aqui e ali como falta de sinalizacao e desorganizacao da producao local, o evento transcorreu muito bem.
Fiquei pensativo com relacao ao governo federal e a cultura... Jamais imaginaria ver os velhinhos sabios do interior em hoteis 5 estrelas. Achei muito digno o tratamento com as pessoas que vinham do pais todo. O transporte foi impecavel e a alimentacao muito boa com opcao vegetariana e tudo muito limpo (as vezes ate demais, tinhamos que ficar sempre atentos aos nossos pratos, ou ao ultimo golinho do refrigerante, para que um garcom nao recolhesse logo).
Aliás, o mais interessante ocorria era nos refeitorios e dentro dos onibus, onde ouviamos os sotaques mais variados, mães cantando maravilhosamente bem para seus filhos, além dos dialogos inimaginaveis, como as macumbeiras baianas cantando junto com o mestre (catolico) dos pifanos de Juazeiro (a cidade de padim Ciço)... isso sem nem pensar em discutir qualquer questao... estavam todos ali pela diversidade cultural, e isso bastava para que todos se juntassem em JAMsessions policulturais expontaneas em regozijo...Enquanto isso na exposicao:
Mas como seria impossivel (ou doloroso) deixar as coisas largadas ao leo por 3 meses, aceitei deixar o que eu ja tinha feito na vitrine mas decidi desenvolver pelo menos 2 objetos que fossem interativos, afinal uma exposicao de som precisava ter som!!!
Como nao teria disponivel um aplificador ou caixas de som, acabei tendo que fabricar meus proprios. O ampli e um lm386 ligado a uma caixa de 8ohm. Como precisava de uma caixa para protecao e o nome da exposicao era TRADICAO ATRITO RUPTURA resolvi deixar a geringonca toda dentro de uma cabaca. Para meu encanto a cabaca serviu como uma perfeita caixa de ressonancia, amplificou e engordou o som de maneira incrivel!
O da esquerda eh o mesmo sinth, mas com 3 vozes apenas, com o amplificador e caixa ja embutidos. A diferenca dele mais interessante eh que no lugar dos potenciomentros, eu deixei entradas nas quais poderia plugar diversos tipos de controladores diferentes, alem dos potenciometros, celulas foto-eletricas (LDR) e essas plaquinhas de cobre para contato direto que achei na promocao no dia anterior `a abertura. Decidi nao deixar o LDR, uma vez que soaria o tempo todo e isso importunaria, no lugar decidi deixar apenas as placas, que se tocadas, duas a duas, geram o som (como fizemos anteriormente no Rexistence Gate, no festival de performance so que ao inves do portao, deixei apenas as placas).
E claro, esse abaixo, um sintetizador de poste:
Foi muito boa a experiencia, principalmente em relacao `a construcao de instrumentos interativos. Uma coisa eu aprendi... por mais robusto que vc faca algo, sempre havera uma pessoa mais tosca do que vc imagina.
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