quarta-feira, 25 de março de 2009

Radiohead-RJ



O show foi na Praça da Apoteose, a própria localização e nome do local já induziam a grande catarse que foi o show, com 24.000 pessoas. Para aqueles que são fãs incondicionais do Radiohead, esse show simplesmente foi um momento único na vida. Aqui no Brasil somos pouquíssimas vezes presenteados com a dadiva de ver nossas bandas (grandes) preferidas durante sua vida útil. Geralmente vemos as bandas depois que eles já estão com uns 50 anos, terminaram e reuniram umas 15 vezes. Ate então as únicas experiencias de bandas, shows e djs que eu tinha vivido eram do tipo ver uma banda efêmera que você gosta (das milhões se existem por ai) e curtir o som, ver coisas desconhecidas e ser surpresa ou então bandas fazendo covers, ou djs fazendo play das suas musicas favoritas. Preciso dizer que, sendo Radiohead minha banda favorita há quase uma década, das bandas que acompanhei a historia no meu tempo de vida, não tem como explicar a sensação de colocar no mesmo espaço e tempo audiovisual minha presença e a presença deles, performando as musicas que amo ao vivo. Ai esse Brasil as vezes e por tanto tempo tao longe dos shows faz agente mistificar tanto algumas coisas neh? Mas eh isso ai, com o coração apertado e as pernas bambas, as luzes se apagam e a estrutura de palco montada para o principal show da noite começa a se revelar.



O palco era composto de vários tubos que pareciam um orgão antigo. Refletores de LEDs gigantes no fundo iluminavam e davam os efeitos In Rainbows sincronizados com a musica. Tudo bem intenso mas ao mesmo tempo minimal. Os efeitos e mistura de cores não eram repetidos em todas as faixas. Eram cuidadosamente disparados de acordo com a atmosfera de cada musica. O sistema de luzes foi desenhado por Andy Watson, que trabalha com a a banda desde 1993.Eles pediram para que desenvolvesse um sistema econômico que usa 30% da energia usada em luzes convencionais.
Junto a esse esquema, havia a projeção e manipulação ao vivo de câmeras localizadas em diversos pontos do palco como nos microfones ou no alto. Esse posicionamento dava um caráter muito intimista aos vídeos que revelavam o set de pedais e equipamentos dos músicos, as expressões, os instrumentos, etc. Mais ou menos parecidos com o posicionamento de câmeras do vídeo do In Rainbows Jigsaw Falling Into Place (thumbs down version)



Havia um Vj manipulando essas imagens ao vivo, fazendo montagens e interferindo nas cores. O ponto alto da manipulação dessas câmeras e ângulos foi durante You and Whose Army, onde a câmera ficava na ponta do microfone onde Thom cantava no piano,
olhando com seu olho torto no fundo dos olhos de cada um dos presentes. Por mais contraditor que pareca, foi um puríssimo e sincero golpe de marketing. Rs! Essas imagens são da câmera fotografando o computador do VJ. E a musica foi precedida da seguinte frase do Thom "essa eh para os estados unidos que acham que podem ficar fudendo com vocês".




Qualquer Estados Unidos ou forcas que esmaguem nossas conspirações noturnas..

You and Whose Army
Come on, come on
You think you drive me crazy
Come on, come on
You and whose army?
You and your cronies
Come on, come on
Holy roman empire
Come on if you think
You can take us all on

You forget so easily
We ride tonight
Ghost horses
We ride tonight
Ghost horses..

Bom, o setlist foi beeeem diversificado, incluindo musicas que eles nao tocavam há anos em seus shows. Fizeram um passeio pelos seus 7 discos, tocando o In Rainbows completo. De acordo com o guitarrista Ed Obrien, eles se surpreenderam com o conhecimento que o publico parecia ter de todas as musicas e todas as letras. Eu mesma devo ter incomodado varias pessoas ao meu redor pois não parei de esguelar nem um minuto, tive que mudar de lugar varias vezes durante o show por ser "incompreendida" pelas pessoas ao meu redor. Mais para o meio eu e alguns amigos fanáticos achamos um lugar la na frente, do lado esquerdo, onde podíamos cantar, gritar e pular junto com pessoas que sentiam o mesmo. Ed disse que do palco, a sensação que tiveram eh que as musicas mais intensas para o publico foram There There, Paranoid Android, Creep, Airbag, Idioteque e 15 Step. Para conferir essas e outras informacoes, tem uma entrevista exclusiva para o multishow com o chato do Edgard MultiGlobal aqui. Mas por curiosidade vale a pena ver, ainda mais que foi a única concedida pelo Thom Yorke no Brasil. De qualquer forma, se eu fizesse uma entrevista com eles, não saberia o que perguntar de cara. Ao perguntar para algumas pessoas o que elas fariam frente a frente com eles, obtivemos algumas respostas bizarras como "eu só queria dançar com o Thom Yorke" ou então "ah, eu acho que eu queria colocar eles para dormir depois do show, fazendo muito carinho!" RS! O que você perguntaria para o Radiohead:

Aqui vai o setlist oficial do Rio>


Outras curiosidades foram as exigencias que fizeram para os camarins. Caseiros e saudáveis, colocaram frutas como pedido de prioridade. Na lista:
- 10 bananas,
- 10 maçãs,
- 5 laranjas,
- 6 limões,
- 10g de gengibre fresco,
- 1 cacho de uvas,
- 3 pêssegos,
- 3 nectarinas,
- 3 peras,
- 500g de frutas vermelhas variadas (framboesas, amoras e morangos) e
- 1 cesta grande de vegetais contendo 1kg de cenouras frescas, 4 beterrabas e 1 maço de aipo.
Pediram tambem 5 camarins. Dois para a banda passar o tempo, com geladeira, sofás e poltronas. Um como sala de jantar, outro que serviou de sala de meditação e o quinto somente para massagem.
Entre outros pedidos tiveram tambem uma garrafa de vodka, 1 de vinho branco e 2 de tinto, todos nacionais.

5 comentários:

Chá de Fita disse...

Nossa achei mutio legal esse show dia 28!
Vocês são da onde afinal? tipo de que cidade?
BH mesmo?
até
http://coletivochadefita.blogspot.com/

gee g. disse...

isso aí!

:)

Editor do máquina disse...

eu fui no show por causa do kraftwerk e achei legal sentir a energia do pessoal. como não sou fã do radiohead então não senti a grande emoção, deu foi pra confirmar que é uma banda muito boa com idéias bem bacanas e originais. agora, às letras! BJS. ah, estou com este blog: www.domibi.wordpress.com

Francisco Martins disse...

falou e disse, vanessa!
p/ lhe falar a verdade, eu tenho um certo desconforto em tentar transpôr em palavras o que foi o show, mas digo que foi uma experiência única! nunca vi nada igual na vida! tudo impecável, som, luz, não senti uma paletada fora do lugar.
show p/ colocar no currículo!
abs

bernardo rb disse...

eu senti o show dentro do meu coração e simultaneamente aquilo tudo também era música de protesto. esse release ficou ótimo e acho que carrega um ritmo parecido com alguma música.

bjolas e vejo-os por aí em ghost horses, in rainbows,
bernildson

coisas veias